sábado, 28 de fevereiro de 2009

O dilema de Ésquilo

Certo dia, um dos pais da cidade de Delfos abordou o grande escritor de teatro, Ésquilo, para lhe pedir que escrevesse um novo hino em honra de Apolo para ser usado em ocasiões especiais. Ésquilo deve ter hesitado – a sua resposta foi a alma da hesitação. “Não posso aceitar essa comissão,” respondeu, “apesar da gentileza da sua oferta não se perder em mim. Deixe-me explicar. Há muito tempo, Tynnichos escreveu-vos um hino – um muito reverenciado que ainda hoje usam. Se eu escrevesse um novo hino, este iria sofrer um destino semelhante ao de uma nova estátua de um deus quando é colocada ao lado de velhas e veneradas estátuas. As velhas estátuas podem ser simples na sua mão-de-obra, mas são consideradas divinas. Não, eu não lhe posso escrever um novo hino – mas com grande gáudio me juntarei a si no canto dos antigos!”

Sem comentários:

Enviar um comentário